CDS/PP ou uma crise de identidade

Há um grave problema de convivência no seio do CDS-PP em Aveiro. A eleição de Jorge Greno, para presidente da Comissão Política concelhia dos populares, tem-se revelado, nos últimos tempos, nefasta para a Coligação que governa os destinos da autarquia.
E é precisamente aqui que reside o cerne da questão. É que a má convivência interna do CDS-PP vai prejudicando o trabalho e as tomadas de decisões dos vereadores indicados pelo PPD/PSD, bem como do presidente, Élio Maia.
Sejamos claros e directos: poucos acreditavam na vitória de Jorge Greno. Os barões do PP apostaram e apoiaram na equipa de Miguel Fernandes. O tiro saiu-lhes pela culatra. Com isso, o clima interno crispou ao ponto dos vereadores Miguel Fernandes e Maria da Luz Nolasco votarem projectos camarários em claro sentido oposto aos interesses do próprio executivo, dos aveirenses e do desenvolvimento de Aveiro.
O mediático projecto do Parque de Sustentabilidade é o exemplo flagrante da desunião que existe na triologia Coligação "Juntos por Aveiro"/Vereadores populares/CDS-PP. Depois de Miguel Fernandes e Maria da Luz Nolasco se terem abstido na votação camarária, que indignou Élio Maia, houve necessidade de Jorge Greno vir a público demacar-se dos vereadores, redigindo um comunicado de apoio a um projecto aprovado através do Programa Operacional MAIS CENTRO e com investimento de 14 milhões de euros. Curiosamente, nem o apoio manifestado pela concelhia do CDS-PP impediu que os deputados municipais dos populares tomassem a palavra no sentido de colocar entraves ao Parque de Sustentabilidade.
Torna-se evidente que nem tudo vai bem na Coligação PPD/PSD - CDS-PP. As férias de Verão, que se aproximam, poderão funcionar como elixir a quem tem colocado grãos de areia na engrenagem camarária. Caso contrário, e tal como sugeri, volto a defender uma reformulação na equipa vereadora. E que Élio Maia imponha a sua posição de líder da equipa recolocando tudo e todos nos seus devidos lugares.

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