A estagnação de Esgueira

A estagnação em que se transformou a freguesia de Esgueira deveria merecer uma profunda reflexão e preocupação por parte dos agentes políticos do nosso concelho.
Ainda que considere importantes as Assembleias de freguesia, porque são nestes fóruns que se dirimem argumentos em prol das localidades, a verdade é que no final das sessões ficamos sempre com a sensação de que o que acabou de ser discutido pouco ou nenhum efeito terá no dia seguinte.
Esgueira é um bom exemplo disso mesmo.
Na última reunião plenária, tivemos conhecimento, através da comunicação escrita da presidente, que as Esgueiríadas não se irão realizar. Significa isto que o ponto alto das comemorações “manuelinas” da freguesia terão uma interrupção. Um acontecimento em muito boa hora inaugurado pelo ex-presidente Fernando Leitão.
Mas o mais estranho surgiu com a explicação dada pelo executivo. A culpa é da Câmara Municipal de Aveiro que não atribuiu verbas para a Junta. Nem mais! A estranheza que invadiu o Salão Nobre da Junta de freguesia de Esgueira foi geral. Na qualidade de líder da bancada da “Coligação Juntos Por Aveiro” lamentei tal decisão e considerei infundada a justificação dada pelo executivo. Alertei para que não se usasse tal argumento como arma de arremesso político contra a autarquia aveirense. O certo é que da voz de uma figura conhecida do executivo da Junta foi dito precisamente o contrário. Audível para todos, disse que sim, que seria usado como argumento contra a Câmara.
Perante tal incómoda posição, a presidente, num tom aflitivo, quase deu o dito por não dito. Das Esgueiríadas parece, não é certo, que não iriam ter lugar a entrega de prémios e o tradicional almoço. Quanto ao resto, a Junta daria apoio às associações que fizessem alguma iniciativa. Uma lástima, concluo eu. Não se vislumbrou um rasgo de ideias, da Junta, no sentido de apelar às empresas que se envolvessem nas famosas Esgueiríadas.
No geral, o que se passa na maior freguesia do concelho de Aveiro é uma cristalização que afecta o desenvolvimento da localidade e prejudica o trabalho das própria associações.
É triste ficar a saber que naquele executivo aguarda-se pelo dinheiro da Câmara para festas e romarias. E se o capital não vem a tempo e horas, nada se faz e tudo pára. Chega-se ao ponto de distribuir comunicados às colectividades dizendo que não se atribuem subsídios porque a Câmara não transfere verbas para a Junta.
Dando mostras de incapacidade política para liderar os destinos da Junta, ainda ontem um elemento do executivo esteve presente na Assembleia de freguesia de Santa Joana. Parece estranho? Parece, mas é verdade. O mesmo que se prepara para culpabilizar a Câmara pela não realização das Esgueiríadas, foi até Santa Joana para, presumo eu, aprender como se governa e se desenvolve uma freguesia. Espero, muito sinceramente, que tenha aprendido para bem da população de Esgueira.

0 mensagens: