Aviso (sério) ao PS de Esgueira

Há várias leituras políticas que se podem, e devem, fazer na sequência do acto eleitoral de 5 de Junho.

Desde logo, e aquela que teve consequências imediatas, é que o PPD/PSD ganhou as eleições. De uma forma inequívoca e a provar que o povo português estava cansado de ser enganado, de não ver Portugal crescer e, sobretudo, ter percebido que só a mudança governativa poderia alterar o rumo dos acontecimentos.

De uma forma natural, misturada com uma boa dose de repetível encenação, o ex-Primeiro-Ministro fez aquilo a que estava obrigado pelo bom-senso: pediu a demissão de secretário-geral do seu Partido. É, pois, uma boa altura para os socialistas escolherem o seu próximo líder e como grande Partido político que é saberão encontrar, nas suas fileiras, a melhor figura para o liderar numa oposição que se quer necessária, séria e responsável.

A nível local, julgo que não subsistem dúvidas que também há conclusões a retirar. O mapa nacional está, agora, carregado de cor de laranja. São distritos e concelhos que votaram em larga escala no PPD/PSD, sobretudo em locais tradicionalmente de esquerda.

Um desses casos é a freguesia de Esgueira. Há um bom par de anos que o Partido Socialista tem obtido bons resultados. Como foi o caso das últimas eleições autárquicas. Não há que esconder, mas antes olhar para a realidade com coragem e realismo. Venceu em 2009, mas perdeu nos dois escrutínios de 2011.

Daqui se conclui que Esgueira mudou. Mudou na opção dos seus eleitores, mudou na paciência para com os responsáveis pela sua Junta de Freguesia, mudou na ideia de que estaria bem servido politicamente pelo actual executivo local. Foi um acto de inegável reprovação à ineficácia acção governativa socialista local.

A derrota do PS foi a todos os níveis esclarecedora: em todas as mesas de votação e no largo crédito que deu ao PPD/PSD. Se não vejamos: o PPD/PSD obteve 2.347 votos (36,17%) contra os míseros 1.579 votos do PS (24,24%) e 1.061 do CDS/PP (16,35%). Mais, a diferença que separa o PS para o PPD/PSD (768) é substancialmente superior que vai dos socialistas para a terceira força política mais votada, o CDS/PP (518).

Estes números demonstram que o trabalho que os eleitos da coligação "Juntos por Aveiro", na Assembleia de Freguesia de Esgueira, estão a fazer é necessário e colhe o agrado geral da população. Vamos continuar a pugnar pela verdade democrática que não existiu na eleição da Mesa da Assembleia de Freguesia (processo que ainda corre na IGAL); continuaremos a ouvir as pessoas e a fazer o levantamento das suas necessidades; em sede de Assembleia de Freguesia manteremos o nosso papel de alerta e de incentivador para os melhoramentos de Esgueira. Com tudo isto, estamos ainda mais convencidos que o nosso caminho é o mais acertado para que em 2013 o PPD/PSD possa repetir a grande vitória deste ano.

As análises e as conclusões eleitorais devem ser feitas e daqui retiradas as devidas ilações, à semelhança, por exemplo, do que fez António Guterres quando na sequência de eleições autárquicas demitiu-se de Primeiro-Ministro.

1 mensagens:

Gonçalo disse...

Acho que uma coisa não tem nada a ver com a outra, porque quem vota PSD pode perfeitamente votar PS e vice-versa. Se analisando os resultados verificasses um aumento do CDS-PP isso sim seria um dado a assinalar, um sinal de mudança... Agora comparar as autarquicas com as legislativas e mais concretamente a Junta de Freguesia de Esgueira com as legislativas não me parece adequado nem demonstrador daquilo que é o eleitorado de esgueira.